SALVADOR MANTUANO - cronologia

1902 - SALVADOR - em italiano Salvatore - de sobrenome MANTUANO, nasce em Fuscaldo, Calábria, sul da Itália no dia 15 de junho. Faz os primeiros estudos na terra natal e se forma EBANISTA e ENTALHADOR na Escola Profissional de Fuscaldo.

1920 - Chega ao Rio de Janeiro no dia 31 de maio, proveniente do porto de Gênova. Vai morar com o primo Carlo Mantuano (Rua da Misericórdia, 88). É um ebanista de mão cheia.


E B A N I S T A ?
É pessoa que trabalha em ébano e outras madeiras finas, embutidas etc. O ébano é madeira que polida toma bom lustre. Imagens em ébano azevichado e luzidio são lindas

1930 - Em fevereiro está trabalhando com o primo em segundo grau, Padre José Lanzillotti, vigário de Espera Feliz, em cuja igreja executa obras, bem como nas capelas de Caparaó e São João da Pedra Menina (aqui está sua primeira imagem em madeira) e em Divisa (imagem de Santo Antônio) mais dois altares laterais para a igreja de Manhuaçu.

1934 - De volta ao Rio de Janeiro, instala fábrica de móveis até 1938. É um entalhador criativo e exuberante.


ARRANCAR A IMAGEM TALHANDO A MADEIRA
O entalhador é oficial de obras de talha, que entalha e representa em madeiras laçarias, flores, folhagens, brutescos etc, de meio relevo. Salvador Mantuano entalhou os membros dos santos em madeira cortada às magens do rio-entre-folhas. Mestres como Miguel Ângelo, Aleijadinho e Rodin entalharam obras-primas da arte universal.

 

1938 - O novo pároco de Entre Folhas, Padre José Lanzillotti traz Salvador para tocar a MATRIZ DO ROSÁRIO, iniciada pelo Padre Dionísio Homem de Faria. Toda a pintura, em afresco*, é deste gênio incansável. Em oficina instalada no salão térreo da casa paroquial faz o medalhão em madeira de Dom Carloto Fernandes Távora, primeiro bispo de Caratinga.

1940 - Casa-se com Dulce Paiva, filha de prestigioso político local, Professora e Diretora do Grupo Escolar Dr. José Augusto, no dia 29 de junho de 1940. Foram sete os filhos: Benício (+1979), Carmélio, Ângela, Dulce, Sílvio, Terezinha e Maria da Glória. Intensificam-se as obras de Salvador por toda a Vertente do Caparaó: Iapu, Dom Cavati, Bugre, São João do Oriente e Vargem Alegre. Os mais belos AFRESCOS de Salvador estão em Entre Folhas.


AFRESCO ? Era assim que se pintava antes do uso da tinta a óleo no século XVI. Exigia uma técnica refinada de preparar o reboco e enquant o este estava úmido - daí a fresco - sobre ele se aplicar a tinta que era chupada e se "afundava" antes de secar-se e fixar-se. Salvatore pintou os mistérios gozosos da Matriz de Entre Folhas montado em andaimes, deitado de costas para o chão e virado para a laje. Costumava dizer que aquelas lajes eram precárias.

1958 - Muda-se para Inhapim por dois anos. São dele os dois anjos em cimento da fachada da igreja de Ubaporanga, além de obras na igreja de Inhapim, inclusive dois confessionários para Santa Margarida e Santa Helena e um baldaquino.

1959 - Novamente em Entre Folhas, recebe várias encomendas do Monsenhor Rocha para igrejas da Diocese. Morre o primo Padre José Lanzillotti.

1963 - Muda-se para Caratinga. Ziraldo nutre estima pelo Mestre e costuma visitá-lo.

1971 - O artista calabrês, Gênio da Vertente do Caparaó, vai morar em Belo Horizonte, preocupado com a educação dos filhos. Dedica-se a obras de arte para a família, incluindo-se um retrato de Dom Giovanni Battista Mantuano, eclesiástico ilustre seu parente.

1997 - Morre em Belo Horizonte no dia 26 de julho, sendo enterrado no Parque da Colina junto ao primogênito Benício.

Hélio Amaral - Correspondente no Rio

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